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Mercado a Termo: alavancando os ganhos na alta

Hoje vamos falar sobre mercado a termo, uma forma de alavancar os ganhos em épocas de alta, ou quando você acredita que uma determinada ação irá subir e ganhar valor.
O termo é uma espécie de empréstimo, mas tem algumas características diferentes.
Quem vai lhe emprestar o dinheiro é a corretora, mas ela não vai disponibilizar a quantia em espécie, o que ela irá disponibilizar para você são as ações que você escolheu comprar, ou seja, você decide comprar 10 mil reais de PETR4, você dará a ordem de compra e ao executar, a corretora usará dinheiro dela, e não seu para compra das ações. Na prática, é parecido com a compra de um automóvel financiado, pois sua dívida é financeira, e não em ações, ou seja, ao término do termo, ou quando você vender as ações, você deve pagar todo valor que lhe foi emprestado, e não apenas devolver as ações.

Todo termo tem um prazo em dias e uma taxa de juros estabelecida antes do início da operação, essa tabela é livre, e cada corretora pratica as taxas que desejar, essa taxa varia de acordo com a quantidade de dias contratada. Essa taxa é paga em valor integral, independente do termo ter sido encerrado antes do prazo acertado, ou seja, se o prazo do termo for acertado em 15 dias, a uma taxa de 0,5%, não faz diferença se você encerrar o termo no primeiro dia, ou após os 15 dias acertados, a taxa paga será de 0,5% do mesmo jeito. Essa característica, traz uma certa desvantagem, pois antes de acertar o termo, você precisa definir e pensar muito bem se vale a pena um prao mais curto com uma traxa menor, ou um prazo mais longo com uma taxa maior, tudo vai depender da sua perspectiva de quanto a ação irá valorizar e em quanto tempo essa valorização irá ocorrer.

Pelo que pude perceber, tomando como base as taxas praticadas pela corretora que opero e pelo nível atual da nossa economia, as taxas para 15 dias ficam na casa de 0,5%, para 30 dias ficam na casa de 1,0% e assim sucessivamente. Para os padrões atuais da nossa economia, com uma taxa Selic na casa dos 12% ao ano, os juros do termo são relativamente baixos, menores que qualquer outro crédito direto ao consumidor, e menor até que outros empréstimos atrelados a alguma garantia, então, uma boa forma para alavancar uma compra de ações é fazendo um termo, e não tomando empréstimos de outra forma.

Assim como qualquer crédito ou empréstrimo, é exigida uma garantia, que pode ser em dinheiro, aplicações em CDB, ações em custódia, ou outras garantias, que podem variar de corretora para corretora. O valor da garantia além de variar de corretora para corretora, ainda varia de ação para ação, similar a exigência da margem de garantia em uma a venda a descoberto de uma ação. Portanto, para compras a termo de ações de uma blue chip a garantia exigida é menor do que para compras de small caps e principalmente para compras de micos, que exigem grande garantia. Em média, essa garantia fica na casa dos 30%, ou seja, se você vai comprar 10 mil reais em ações de uma determinada empresa, precisa ter 3 mil reais como garantia em dinheiro, em CDB ou então pode usar outras ações em carteira, porém, quando a garantia é entregue em ações, cada ação tem um deságio em seu valor quando utilizadas como garantia, as grandes empresas possuem deságio menor (na casa dos 15% a 20%, ou seja, tendo 10 mil em ações, elas servirão para cobrir 8 mil reais), e as pequenas empresas, deságio maior, chegando na casa dos 50%, e alguns papéis podem nem ser aceitos como garantia.

Além dos juros do termo, ainda existe uma outra taxa que deve ser paga, que é a taxa de registro do termo, que possui custo fixo de 0,028% do valor do termo.

Você pode escolher vender as ações de forma antecipada, ou esperar até a data do término do termo, mas lembre-se, independente do momento da venda, o valor da taxa será o mesmo.
Caso chegue ao final do termo e você deseje continuar com as ações, você tem 2 opções, pagar o valor devido ao termo com dinheiro, quitando a dívida e ficando com as ações, ou então, fazendo um novo termo, o que irá gerar uma nova negociação de taxas e prazos, como se fosse uma nova compra a termo.

Um detalhe importante, quando for efetruar a compra das ações, você deve especificar que é uma compra a termo, não podendo transformar uma compra a vista em uma compra a termo depois, portanto, caso você já tenha alguma ação em custódia, você não pode fazer um termo para elas. A compra a termo é identificada como tal, e na sua posição em custódia, aparece de forma diferenciada, normalmente com a letra "T" ao lado do código da ação, indicando que se trata de uma ação comprada a termo.

Vamos a um exemplo de uma operação a termo, simulando uma compra de 1000 PETR4 a um valor de 28,00 reais por ação, e considerando uma corretagem fixa de 15,00 por ordem, com duração de 15 dias e uma taxa de 0,5%.
Quantidade: 1000
Valor: 28,00
Valor da operação: 28.000,00
Custo do termo: 140,00
Custo do registro do termo: 7,84
Custo total da compra: 28.172,83
Garantia exigida: em torno de 7 mil reais.

Repare que para uma mesma operação sem ser pelo mercado a termo, o custo total da compra ficaria em 28.024,99.

Imaginando que essa operação ao término dos 15 dias, você venda as ações da Petrobras por 29,00 reais, você receberá pela venda o total de 28.974,68, ja descontando os 25,32 referentes à corretagem, liquídação e emolumentos.
Isso nos traz um lucro de 801,85 reais, que descontando o imposto de renda, nos deixa com 681,57.
Se a operação não fosse feita a termo, teríamos um lucro de 949,69 e descontando o imposto de renda, sobraria 807,24.

Resumindo, o mercado a termo é uma excelente ferramenta para aumentar e alavancar os seus ganhos, mas, como toda alavancagem, deve ser usada com muito cuidado, pois em caso de prejuízo, ele também é maior e alavancado.

Venda a descoberto de ações - Ganhando também na queda

O mercado de ações permite que você ganhe quando os preços sobem e também quando os preços descem, permitindo que você ganhe dinheiro independente do lado que o mercado está se movendo.
Para se beneficiar de uma queda, é quase tão fácil quanto comprar uma ação, basta você fazer a operação na ordem inversa, ou seja, primeiro você vende a ação e depois você compra.
Essa operação é chamada de venda a descoberto ou de short. Para fazer o short, você precisa alugar de alguém as ações que deseja vender, pois ao vender, você precisa entregar o que vendeu ao comprador, e como você não possui as ações, precisa alugá-las.

Para alugar as ações é muito simples, você ou seu corretor irão verificar no BTC (banco de títulos CBLC) se existem ações disponíveis para locação e qual o valor da taxa do aluguel ao ano, e tendo as ações desejadas com uma taxa que te satisfaça, você solicita o aluguel. As ações mais liquidas da bovespa, possuem grande disponibilidade para locação e também possuem taxas muito baixas, por exemplo Petrobras e Vale possuem taxas menores que 1,0% ao ano, isso mesmo, apenas 1% ao ano. Já algumas empresas, possuem taxas maiores, que podem chegar aos 10% ao ano e em alguns casos, até passar desse patamar. Em épocas de crise, pode acontecer das taxas subirem consideravelmente, chegando a passar dos 20% ao ano, mas esses altos valores são encontrados apenas em alguns papéis, sendo que as maiores blue chips mantem as taxas bem baixas, na casa de 1% ao ano. Um exemplo que ilustra bem o caso é a Redecard, que possui em média uma taxa de 6% ao ano, e na época do auge da crise do subprime chegou a ter taxas de 24% ao ano. Um ponto importante, é que o valor que será devido de aluguel é proporcional ao tempo que ficou com as ações, então, no caso de um aluguel que custe 1,2% ao ano, caso tenha ficado 1 mês, pagará apenas 0,1%. Alé, desse valor existe uma taxa de registro do BTC, que pelo que me lembro e tenho pago ultimamente custa 5,00 reais.

Após ter alugado as ações, basta fazer a venda, como se você as tivesse em carteira, com isso, as ações que você alugou serão entreges ao comprador, e para evitar problemas e garantir o bom funcionamento do mercado, a CBLC exige uma garantia do vendedor, que normalmente fica na casa dos 120% do valor vendido, dependendo da ação que vender, uma blue chip exige menos margem, e um mico exige uma margem maior, sempre consulte a margem exigida antes de montar a operação. Então, se você vender 200 ações de Vale a 50,00 reais, terá vendido ao todo 10 mil reais, e terá que deixar como margem de garantia o valor de 12 mil reais. Essa margem é ajustada diariamente, então, se o preço das ações da Vale cair, a CBLC devolverá uma parte da margem, mas se o preço das ações subirem, a CBLC irá exigir maior margem, e caso você não tenha como cobrir a margem necessária, sua operação poderá ser encerrada, com a recompra das ações a preço de mercado para devolução ao doador (doador é a pessoa que alugou as ações para você). Um detalhe interessante, você precisa deixar de margem 120%, porém, no nosso exemplo acima, você não precisa disponibilizar 12 mil reais seus para montar a operação, e sim, apenas a diferença entre o valor arrecadado com a venda e o valor solicitado de margem, ou seja, ao vender as ações da Vale você recebeu 10 mil reais, então, você só precisa colocar 2 mil reais como margem, totalizando os 12 mil reais. Perceba o potencial de alavancagem da operação, pois você só preciso de 20% do financeiro da operação para fazê-la. Outro detalhe interessantíssimo, é que não apenas dinheiro líquido pode ser dado como garantia, mas CDB's feitos pela corretora que possui conta e alguns outros investimentos em renda fixa, o que te permite manter o dinheiro aplicado no CDB, rendendo juros, enquanto servem de garantia para seu short. Outras ações que você possui em carteira também servem de margem, porém as ações possuem um deságio em seu valor na hora de serem utilizadas como margem, as grandes empresas normalmente garantem entre 80% e 85% do seu valor com o margem, enquanto os micos vão garantir menos, portanto se você tem 10 reais em ações do Itaú, elas servirão para cobrir até 8 mil reais de margem. Única ressalva, é que enquanto uma ação, CDB ou aplicação estiverem em garantia, não poderão ser vendidos ou resgatados.

Após a venda feita, e a garantia ser disponibilizada, o próximo passo é fazer a compra das ações quando você desejar e devolvê-las ao doador, e ter sua garantia liberada. Ao finalizar a operação, caso tenha lucro, ou seja, comprado por valor menor que o vendido, você ficará com essa diferença, e caso tenha prejuízo, deverá pagar a diferença, exatamente como funciona quando você compra primeiro e depois vende.

Quando usar a venda a descoberto? Quando você identificar que o preço do papel irá cair. Na minha opinião, o short é mais utilizado pelos analistas técnicos do que pelos fundamentalistas, pelo perfil de operação. Eu sigo a escola da AT, então vou focar um pouco mais nela, pois é o assunto que tenho melhor domínio. Se a AT te indica que o papel vai subir e você usa essa indicação para fazer uma compra, e depois usa a indicação para encerrar a operação pois a alta terminou, porque não fazer o short quando a AT indicar que o preço irá cair e fazer a compra quando indicar que o preço parou de cair?

Eu vejo o short como uma excelente forma de ganhos no mercado, permitindo que se faça mais operações e em qualquer época de movimentação do mercado, seja para cima ou para baixo.
Lembrem-se do grande ditado que diz: Os touros sobem de escada e os ursos se jogam pela janela.
Resumindo, o pânico na queda é muito maior que a euforia na alta, então as quedas propciam excelente opertunidade de ganho em curto espaço de tempo. Quem não se lembra da crise do subprime? Com diversas ações caindo 15% em um dia.

Outro ponto importante, não são todas as corretoras que permitem que seja feita a venda a descoberto, e das que permitem, a maioria não deixa você fazer pelo Home Broker, exigindo o uso da mesa de operações. Verifique como funciona a operação na sua corretora. Aproveito o tema para dizer que é importante uma corretora que tenha agilidade e pouca burocracia para montagem dessa operação, pois você precisa de velocidade para consultar as taxas do BTC e fazer a operação no momento desejado, sem ficar perdendo tempo com burocracia da corretora.

Pra finalizar, para os que gostam de fazer day-trades, é possível fazer o short sem necessidade de alugar as ações, desde que você faça a venda e a compra no mesmo dia, ou seja, você não precisa se preocupar com taxa de BTC, basta apenas fazer a venda, ter a garantia exigida como margem, e depois comprar antes do encerramento do pregão. Quer mais um detalhe interessante? Você pode abrir o short de manhã, e caso você no meio da operação decida carregar a venda para o dia seguinte, deixando de ser um day-trade, você solicita o aluguel das ações antes do final do pregão, e com isso, pode carregar a venda. Mais uma vez, não são todas corretoras que permitem essa operação, se a sua não permite, procure uma que permita e aproveite melhor a volatilidade do mercado.

Influência dos juros no câmbio

A taxa de juros (no caso do Brasil, a Selic) está ligada diretamente na briga de interesses entre países ricos e emergentes em relação ao câmbio.
Quando um país possui juros reais elevados, como o Brasil, que possui os maiores do mundo, acaba atraindo investidores estrangeiros, o que aumenta a entrada de dólares no país, que aumenta a procura pelo Real, derrubando a cotação da moeda norte-americana.
Uma das formas que vem sendo usada pelo Banco Central para conter a valorização excessiva do Real é comprar dólares, tentando equilibrar a oferta-procura pela moeda, mas apenas essa intervenção não estava resolvendo o problema. O governo decidiu então aumentar o IOF de 2% para 6% dos recursos vindos de fora que investem na renda fixa, para evitar especuladores, e diminuir a pressão cambial.

Um Real muito valorizado prejudica as exportações, o que é ruim para a economia brasileira, que depende muito da exportação de seus produtos, por outro lado, com o dólar em queda, a pressão inflacionária acaba diminuindo, já que os produtos importados ficam mais em conta, e a inflação é um dos pontos que mais influência na taxa de juros.
Se repararmos bem, vamos ver que está tudo interligado, com uma coisa influenciando e sendo influenciada por outra, resultando praticamente em uma teia de aranha.

O poder dos juros compostos!

Quando pensamos em investimentos nós sempre queremos saber quanto de lucro teremos e qual o risco do investimento.
Para termos esses números, precisamos saber algumas coisas sobre como são pagos os juros, se são simples ou compostos, se o retorno vem apenas com a venda do ativo, etc.
Existem diversas formas de investimento, que propciam diversos tipos de retorno, e hoje eu quero falar de um ipo específico de retorno, que é muito poderoso, e que quanto maior o tempo do investimento, mais poderoso ele fica: os Juros Compostos.

Vou apresentar aqui uma simulação que mostra como os juros compostos fazem grande diferença em um investimento.

Vejamos o seguinte caso, imaginem 3 irmãos (José, Fabio e Bruno), e os 3 planejam se aposentar daqui 30 anos.
José, preocupado com o futuro, decidi iniciar suas aplicações agora mesmo, ele fez uma aplicação inicial de 1.000,00 reais, e vai contribuir com 250 reais por mês, durante 10 anos, após os 10 anos, ele não vai fazer nenhuma nova aplicação, e vai apenas deixar o dinheiro rendendo por mais 20 anos. José é um pouco preguiçoso, e não procurou muito a melhor opção de investimento, acabou aceitando uma sugestão do gerente do banco e conseguiu uma taxa de retorno média de 0,8% ao mês. Ao final dos 30 anos, José terá disponível a quantia de 359.142,36 reais. Desse valor, 31.000,00 reais representam depósitos que ele fez, e 329.142,36 representam os juros ganhos.

Fabio, queria curtir mais a vida agora, e decidiu começar a aplicar apenas daqui 20 anos, quando faz uma aplicação inicial de 1.000,00 reais, e aplicações mensais de 250,00 reais, porém, ele decidiu contribuir por 20 anos, até o momento da aposentadoria. Ele conseguiu a mesma taxa de juros que José, 0,8% ao mês.
Ao final dos 30 anos, Fabio terá a sua disposição 188.494,12 reais. Sendo que 61.000,00 reais representam depósitos, e 128.494,12 representam juros. Perceba que Fabio contribui com o dobro da quantia que José, e tem disponível em torno de 170 mil reais a menos. Percebemos a grande diferença na quantidade de juros acumulados, 128 mil contra 329 mil, ou seja, mais de 200 mil reais de diferença em juros.

Bruno, assim como José, decidiu começar a aplicar nesse momento, e fez exatamente igual a José, aplicando 1.000,00 reais iniciais, e 250,00 reais todo mês, durante 10 anos. A diferença, é que Bruno, pesquisou melhor os investimentos, e conseguiu uma taxa de 1,0% ao mês, olhando assim pareça pequena a diferença, apenas 0,2% ao mês de vantagem, mas vejamos o reflexo dessa diferença ao longo dos anos.
Após os 30 anos, Bruno ficou com 668.641,15 reais, isso mesmo, mais de 650 mil reais, impressionante, não? Desse valor, ele colocou 31 mil reais, assim como José, porém, ele teve de ganhos 637.641,15 reais, ou seja, uma diferença de 300 mil reais a mais que José, isso com apenas 0,2% ao mês de rentabilidade a mais.
Se Bruno, decidisse aplicar os 250 reais mensais por 30 anos, além dos mil reais iniciais, a uma taxa de 1% ao mês, ele teria ao final dos 30 anos o valor de 918.428,08 reais, quase 1 milhão, nada mal não é mesmo?

Tabela comparativa para facilitar a visualização:

Nome Valor Total Valor aplicado Valor dos juros
José 359.142,36 31.000,00 329.142,36
Fabio 188.494,12 61.000,00 128.494,12
Bruno 668.641,15 31.000,00 637.641,15

Importante, eu não levei em consideração a inflação nas simulações, pois ela afetaria os 3 irmãos, e não afetaria o montando final, apenas reduziria o poder de compra de todos eles, mas o montante final na mão de cada um, não muda.

Com esses exemplos acho que fica muito evidente a força dos juros compostos, como ele ganha mais força com o tempo, e como uma diferença muito sutil de rentabilidade, ao longo dos anos da uma diferença tão grande.
Por isso, é importante começar a investir desde cedo, e pesquisar o melhor investimento, que trará melhor rentabilidade, deixando a preguiça de lado, pois um pouco de esforço agora, pode propciar muitos bons momentos de diversão e tranquilidade no futuro.

Cartão de Crédito: Héroi ou Vilão?

Muito se fala sobre o cartão de crédito como um grande vilão para as finanças e dívidas de uma pessoa, mas, será que ele realmente é esse vilão tão terrível assim?
Muitos artigos, livros e matérias recomendam às pessoas que cancelem e cortem seus cartões, para poder colocar as contas em dia.
Analisando o caso mais friamente, o vilão é o portador do cartão, pois, o pobre pedaço de plástico não tem vontade própria, não é mesmo? Ou alguma vez seu cartão de crédito pegou as chaves do carro, foi ao shopping sozinho, e voltou carregado de sacolas?

Um cartão pode tanto ser bom ou ruim para uma pessoa, o que vai influenciar na balança são as atitudes e a consciência da pessoa, repito e enfatizo, a consciência!

O cartão de crédito pode ser um grande aliado, basta usá-lo a seu favor, e não contra.
Ok, vamos lá, e como isso é possível, se além de pagar anuidade, eu sempre gasto mais do que posso, nunca pago a fatura inteira, e me afundo em juros exorbitantes, virando uma bola de neve sem fim?
Volto a dizer, a consciência é a solução, o que muda de um cartão de crédito para um de débito? A diferença é uma só, com o de débito, o dinheiro precisa estar na conta quando você fizer a compra, e no de crédito, o dinheiro precisa estar na conta no dia de vencimento da fatura. A diferença é sutil, mas que faz muitas pessoas se enrolarem.
Ou seja, com o uso consciente do cartão de crédito, você não terá problemas, porque você só comprou e gastou o que você tem condições, o que você posusi o dinheiro disponível para pagamento integral da fatura no dia do vencimento. Ou seja, o cartão de crédito atua como um cartão de compra. Outro ponto, nada impede que uma compra feita no cartão de débito, esteja usando o limite do cheque especial.Com isso vocês me perguntam, se eu tenho que ter o dinheiro na conta, pra que usar o crédito, e não o débito? Pergunta interessante, que faz sentido, mas vamos a algumas vantagens do cartão de crédito:
-centralização das despesas em 1 só local, com possibilidade de relatórios online e impressos, o que aumentam a controle.
-programas de recompensa, que fornecem pontos para serem trocados por benefícios, como viagens, presentes, etc.
-não preocupação com limites diários e semanais de um cartão de débito
-vantagens adicionais dependendo do cartão como seguros em viagens, assistência residencial e veicular, etc.
-maior flexibilidade e liberdade em trabalhar com o dinheiro.
-possibilidade de parcelamento sem juros (substituindo os parcelamentos sem juros do antigo e pergisoso cheque, mas, lembrando que todo parcelamento é uma dívida).
-possibilidade de fazer compras no exterior.
-etc

Essa são algumas das vantegens, então como saber se vale a pena ter o cartão ou não?
É simples, veja o custo da anuidade, e o que terá de retorno com os benefícios, programa de recompensas, serviços, etc.
Com esses números, é só fazer a conta, se o custo para ter o cartão for menor do que os benefícios que ele oferece, ela é um candidato em potencial. E atualmente, existem cartões com ótimos benefícios e anuidades grátis, além que a concorrencia está aumentando, e muitos emissores estão oferecendo anuidades gratuitas para seduzir o cliente.

Existem cartões para diversos perfis, basta olhar nos sites dos principais emissores, certamente vai existir algum que se enquadre no seu perfil.

Eu por exemplo, possuo um cartão que não tem anuidade pro resto da vida, e me oferece uma série de benefícios, como assistencia veicular (já precisei dela), alguns seguros, e uma assistencia a viagens muito boa.

Quem não possui consciência para ser portador de um cartão, não deve tê-lo, até adquirir essa consciência.
E essa consciência é fundamental para atingir a independencia financeira.

Este post não tem o intuito de dizer para ninguém adquirir um cartão de crédito e nem fazer propaganda de nenhum cartão, e sim, apenas mostrar que o cartão não é o vilão, e sim que o culpado é o dono do cartão.

Diferença entre poupar e investir

O brasileiro não tem o hábito poupar, muito menos de investir. Em nosso país a maioria das pessoas gasta todo dinheiro que recebe e não possui reservas financeiras. Alguns poupam uma parte do que recebem, e apenas poucas pessoas investem parte de suas receitas.
Mas peraí, poupar não é a mesma coisa que investir? Não, não é, poupar e investir são 2 coisas diferentes, e vou explicar porque.

A situação que a maioria dos brasileiros vive é muito preocupante e arriscada, pois ao menor problema ou imprevisto, essa pessoas acabam tendo que recorrer à empréstimos, que depois são difíceis de se quitar, porque a pessoa estava com o orçamento no limite, o que vai gerar um período de grande dificuldade e stress, e acaba virando uma bola de neve. Outro ponto crítico, que muitos esquecem, é que a cada ano que passa, as pessoas perdem o emprego mais cedo, e não conseguem mais se recolocar no mercado de trabalho, forçando que se aposentem cada vez mais cedo, e com menos recursos. As pessoas tem o péssimo hábito, de achar que o salário recebido é um dinheiro apenas para aquele mês, e não para a vida toda, e esquecem de pensar no que farão para se sustentar na velhice, quando a renda do emprego não existir mais, e só restar a mísera aposentadoria oferecida pelo governo. As pessoas precisam entender, que o salário recebido, não é apenas para aquele mês, e sim, para a vida toda, é mês a mês, que a pessoa tem que formar o seu futuro, e garantir uma tranquilidade lá na frente, porém, não se pode abrir mão de todo presente pensando apenas no futuro, é preciso equilibrar as duas coisas, por isso é muito importante investir e não apenas poupar, para fazer seu dinheiro crescer e trabalhar para você.

Sabendo que devemos investir bem, para termos uma boa reserva não só para nossa aposentadoria, mas também para atingirmos nossos objetivos e sonhos mais facilmente, vamos analisar o motivo de poupar ser difernte de investir.

Poupar é o simples ato de guardar dinheiro, porém, nem sempre o dinheiro guardado vai nos trazer bons retornos, por exemplo, nos meses finais de 2010 e iniciais de 2011, a poupança (aplicação preferida de muitos brasileiros) perdeu para a inflação durante 8 meses seguidos, ou seja, o dinheiro que foi depositado na poupança, apesar de ter rendido um pouquinho todo mês, esse rendimento foi inferior ao aumento da inflação, e após os 8 meses, mesmo tendo mais dinheiro na conta, o seu poder de compra era menor do que 8 meses antes. O que quero dizer aqui, é que a inflação pode corroer o capital mal investido, mesmo quando as pessoas tem a ilusão que o seu patrimonio está aumentando.

Vamos simular um investimento em poupança, com taxas próximas as obtidas em 2010, com duração de 12 meses, com inicio no primeiro dia de 2010, e termino no ultimo dia de 2010.
Supondo que a pessoa tivesse aplicado 10 mil reais, quanto ela teria ao final dos 12 meses? Assumindo que o rendimento médio da poupança foi de 6,80% ao ano, após 12 meses os 10 mil se transformam em 10.680,00. Um ganho liquido de 680,00 reais, correto? Errado. Explico, a inflação em 2010 foi de proxima de 11,32% ao ano, ou seja, por mais que tenhamos 10.680,00 ao final do período, eles equivalem a 9.548,00, pois a inflação corroeu parte do patrimonio, no final de dezembro, era necessário mais de 10 mil para comprar o mesmo produto que se comprava com 10 mil no começo do ano.

Por isso, apenas guardar dinheiro é muito perigoso, e em alguns momentos você estará perdendo dinheiro, ou apenas, empatando, o que não vai te proporcionar ganhos para uma melhor aposentadoria.

Agora vamos ver quanto de capital teríamos se tivessmos investido nosso dinheiro de forma mais rentável, tivessemos buscado alternativas que nos possibilitassem maior ganho. Simulando os mesmos 10 mil em aplicações de maior risco, que dessem um retorno de 1,5% ao mes, nós teríamos ao fim de 12 meses um montante de 11.956,00, e descontando a inflação teríamos 10.705,00. Vejam que a inflação, que em 2010 foi muito alta, levou boa parte do rendimento, mas ainda nos sobrou um aumento de patrimonio real de 705,00 reais.

Claro que a inflação não irá se manter alta, na casa dos 2 digitos pra sempre, porém, mesmo com ela abaixo de 6% ao ano, possibilitando à poupança ganhos reais, esses ganhos serão mínimos, enquanto outras formas de investimento podem trazer retornos excelentes.

Você deve estar me perguntando que investimentos vão dar retornos de 1,5% ao mês, existem diversos, é preciso usar a criatividade e estudar muito, mas a bolsa de valores é uma dessas formas, investimentos em imoveis podem dar um retorno como esse, compra e venda de produtos pode superar esse retorno, aplicações de renda fixa atreladas a inflação podem trazer um excelente resultado, principalmente em épocas que a inflação está alta, existem aplicações que pagam 6% + IGPM ao ano, ou seja, você ja garantiu um ganho real de 6% ao ano, independente do valor da inflação. Não é o objetivo desse post falar detalhadamente de cada investimento possível, mas com o passar dos dias, vou colocando artigos aqui sobre diversos investimentos.

E como já falei no meu artigo sobre juros compostos, quanto maior o prazo de tempo que o dinheiro estiver rendendo, maior será a diferença de capital no final, por isso, quando você pensa que a diferença de rentabilidade é "pequena", de apenas 0,2% ao mês, saiba que no longo prazo essa diferença fica gigantesca.
Confira meu artigo sobre o poder dos juros compostos aqui.

Resumindo, ao investir, você coloca o dinheiro para trabalhar para você ao longo do tempo, e quanto mais tempo tiver, maior será o patrimonio acumulado, e buscando os melhroes investimentos, mais rápido atingirá seus objetivos e melhor será sua aposentadoria. E ao poupar, você está apenas guardando o dinheiro, deixando ele de lado, encostado, parado, sendo corroído pelo dragão da inflação.